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Não há vozes
Não há arrepios na pele
Não há cores, nem formas
Não há dor...

Não há tristezas
Não há alegrias
Não há sonhos, nem esperanças
Não há saudades...

Não há o frio,
Não há o calor
Não há o choro, nem o riso
Não há paixão...

Não há o grito
Não há o sussurro
Não há o hoje, nem o amanhã
Não há o tempo...

Nada rompe o vazio
Que me acolhe
Nada rompe o vazio
Que me preenche
Nada rompe o vazio
Que me corrói
Nada rompe o vazio
Que me fere agora.

Não...há...vida...
Nada...palavra...
Vazio...

Vazio

Por : Matheus Faria
segunda-feira, 31 de março de 2014
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Saí!
Abri a porta num rompante,
transtornada pela imagem que,
Mortalmente feria minha retina.

Corri!
A respiração suspensa,
os lábios ressecados, colados
Debilmente descorados.

Tropecei!
As pernas trêmulas, inseguras
não suportaram o peso, e
Pesadamente tombaram sobre o asfalto.

Gritei!
De dor,
das dores que convulsionavam
Violentamente meu corpo.

Chorei!
Não suportando a angústia
que queimava
Profundamente minha alma.

Adormeci!
Ali,
naquela rua,
suja,
Manchada,
de desgastes de pneus
Inundada,
de restos de líquidos incertos,
Deformada,
pelos buracos abertos dia após dia.

Desnasci!
Ali,
misturada e apodrecida,
Não era corpo,
não era alma,
Não era massa,
não era espírito

Era o desencanto,
Era o resto.

E... o fim

Por : Matheus Faria
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Queria a mudez da ignorância,
Queria a sensatez do silêncio,
Queria a perseverança do anseio,
Queria a rigidez da tolerância.

Queria a meninice da infância,
Queria a fuga no devaneio,
Queria a ousadia do anseio,
Queria a sabedoria da distância.

Queria a ausência do pensamento
Queria a tranquilidade do sonolento
Queria a fé do impostor

Queria o espírito do galhofento
Queria a força do desprendimento.
Queria o consolo da dor.

QUERIA

Por : Matheus Faria
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Assim está a noite: desnoite!
(des)acordada!
Ouço os sons (des)naturais:
Aves noturnas e trens!
Pensamentos(des)controlados:
Corpo (des)cansado!
Olhos fechados
imersos em imagens (des)focadas,
Numa tentativa, quase inútil,
de sonhar!
Num (des)encontrar infinito
com o desejo de (des)conectar
o real e o irreal.
Minutos e horas passando,
numa espécie de (des)equilíbrio
e (des)encantamento.
E a (des)esperança do dia que (des)aponta.

DOIS POEMAS

Por : Matheus Faria
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É assim o toque
das mãos
no corpo...
Uma breve tontura
como num estado
de embriaguez.

Um fio de suor
escorre entre os seios
e se dispersa
no contato com
a pele quente.

Um cheiro de mulher
que se encontra
entre o anjo e o
demônio
entre a castidade e a
insensatez

Dos lábios
o hálito quente
que transita
do desejo para o delírio

Um instante de olhos
fechados,
as mãos encontradas,
o estremecer dos sentidos,
o êxtase que
se aproxima...

Um som,
uma nota musical,
num ritmo único

Silêncio...

Instantes depois...
o estalar das línguas
desejos satisfeitos...
o aconchego
dos corpos,
grudados,
plenos,
ambiciosos...
porque
aguardam por mais.

Embriaguez

Por : Matheus Faria
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Um olhar tímido,
Uma aproximação hesitante...
Os dedos deslizando pela face
tão quentes, tão suaves... quase um murmúrio.
Trazem o rosto para perto, muito perto...

Os suspiros se misturam.
Lábios mornos e tensos
que a ponta da língua percorre mansamente
prevendo os sabores.

Numa fração de segundo
O coração para,
A respiração falha,
Os olhos se fecham,
A pele nua arrepia
por onde as mãos passam.
Um formigamento no pescoço
que se estende à nuca.
O corpo reage,
precisando prolongar o momento...

Um cheiro – o seu cheiro –
invade e entorpece os sentidos,
provocando sensações
antecipando o prazer.

Mas... nada explica quando, finalmente
os lábios se encontram,
as línguas se movem
em busca do outro...

... um beijo...

É um instante de delírio
No qual o outro se perde
em você...
E você...
simplesmente, se encontra
no outro.

Um beijo...

Por : Matheus Faria
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Há sonhos que
não pedimos
para sonhar.

Eles vêm,
acomodam-se,
preenchem todos os espaços
e nos fazem sonhodivagar.

Um Outro
que me assola
é um encantamento
que não pedi.

Um Outro
que me assusta
é um sonho
que não quero sonhar.

Minha alma,
flutua
perde-se...
No espaço de
um apaixonésimo de segundo.
E, com ela,
se vão todas as minhas razões!

Um Outro

Por : Matheus Faria
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